Adriano Nogueira 

 

 

 


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Poemas de Adriano Nogueira (In Antologia V – Clipoetas)

 

 

OS CABELOS

 

Tinhas os cabelos tão longos

que, embora desejando,

jamais afaguei...

Pareciam sedosos,

e como sedosos em versos os cantei.

Davam-te um ar de cigana

bonita, catita,

com quem,

confesso,

muitas noites sonhei.

 

Se de morena ruiva ficaste

pelo que tens de belo,

inclusive os cabelos,

eu sempre te amei.

 

 

QUALIFICAÇÃO

 

Eles diziam que somos um País

pobre, dependente e marginal,

incapaz de romper os grilhões

do capitalismo internacional.

 

A Nação foi convencida, Brasil

passou a ser essencialmente agrícola

seu solo era a Pátria, seu cultivo

poderia engrandecê-la.

 

Estávamos conscientes: havia fome,

miséria e um povo mui sofrido

Protestaram estudantes e operários

o nome mudou para subdesenvolvido

 

Sua elite sempre prestativa

não deixou a miséria ir ao fundo

tratou de convencer o povo

que pertencíamos ao Terceiro Mundo

 

O Brasil estava progredindo

Já não era mais indigente

os doutores neoliberalistas

atestaram que era emergente.

 

De adjetivo em adjetivo

foi mudando a qualificação

é preciso dar outro grito

para despertar esta Nação.