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Genésio Pereira Filho

 

No almoço mensal da Ordem dos Velhos Jornalistas do Estado de São Paulo, realizado no Terraço Itália no dia 08 de setembro de 2005, o presidente Antônio de Carvalho Mendes convidou o vice-presidente Genésio Cândido Pereira Filho a fazer a entrega à editora Rosani Abou Adal do Diploma de Honra ao Mérito concedido ao jornal Linguagem Viva pelos 15 anos (quinze) anos de inestimáveis serviços prestados à cultura brasileira, especialmente no campo da literatura.

Após as palavras de saudação do próprio presidente, autor da moção de homenagem, este convidou o jornalista Genésio Cândido Pereira Filho a pronunciar algumas palavras, tendo este, em síntese e entre outras coisas, dito que o próprio título do jornal possui alta simbologia, pois, pelo elevado critério que mantém na publicação de seleta matéria de competentes colaboradores, contribui para a difusão de uma literatura sadia; vivemos uma época em que para se projetar, para aparecer nos meios de comunicação e para ser vitoriosa, a pessoa tem que se submeter às leis do mercado, tem que romper os elos das boas tradições; assistimos ao domínio da cretinice, da idiotice, da burrice, caracterizadas na vitória da pornografia, do desleixo lingüístico, dos livros medíocres, da irracionalidade musical; a dança foi substituída por trejeitos e gritos em espetáculos campais; o amor transformou-se em atitudes transgressivas no sexo; sem falar na substituição desse superior sentimento do mundo real pelo virtual.

Ensina-nos a História que muitos povos, vencidos nos campos de batalha, impuseram aos “vencedores” o domínio e a força de sua cultura, transformando-os nos verdadeiros vencidos. Mas, hoje, estamos assistindo ao desaparecimento das nacionalidades porque, em servidão voluntária, nações inteiras se deixam dominar pelas “culturas” de outros povos, abandonando suas tradições, seus costumes, sua própria língua...

Isso está ocorrendo, por exemplo, no Japão, pois ainda hoje li no jornal da colônia nipônica de São Paulo, que se teme pela morte do idioma japonês, em risco de desaparecimento, embora a longo prazo, pela enxurrada de palavras e expressões estrangeiras. O espetáculo universal, inclusive do panorama nacional de corrupção e violência, indica que a humanidade se torna estúpida para triunfar para o mundo. O que significa fugir de Deus.

As leis podem apenas controlar, mas somente uma revolução interior do homem pode eliminar os males do mundo moderno. Daí que o valioso trabalho constante, silenciosos e humilde, além de teimoso e obstinado mesmo, de Linguagem Viva, merece o respeito de todos e justifica as homenagens da Ordem dos Velhos Jornalistas do Estado de São Paulo, neste dia.

Homenagem extensiva a Adriano Nogueira, que, enquanto vivo, foi humilde mas valente lutador; e a Rosani Abou Adal, editora aqui presente, que, também poetisa e mulher de letras, continua sozinha a heróica batalha.

Genésio Pereira Filho é escritor, advogado e vice-presidente da Ordem dos Velhos Jornalistas.