Poeirama me Contou
Alô, alô Alaor Barbosa?
Recebi seus admiráveis livros, aquela maravilhosa
fábula, uma lenda (onde) na qual você se torna um josiano goiano.
Aquela magistral pesquisa lobatiana sobre os
mosquiteiros companheiros de Lobato naquele minarete sobradinho que ainda existe
no Brás. Num país que quer ficar sem memória, esse imóvel ou sótão devia ser
cultuado.
Recebo muitos livros com amáveis dedicatórias.
Não há tempo para ler e comentar. Desculpem os seus autores, aos poucos Linguagem
Viva dará passagem na carinhosa acolhida.
No Brasil atual muitos são os livros aparecidos.
Lobato dava prefácios a torto e a direita, mas devido a sua generosidade,
acabou sendo desacreditado. Ele dizia a Poeirama que não custava fazer os
outros felizes. Já que publicar um livro no Brasil, é um ato de heroismo.
Não sei porque as poetisas gostam de ser chamadas
de poeta. Será um desejo de masculinização? Essa expressão se não me engano,
foi criada pela genial Cecília Meireles.
Livros de poesia chovem de noite e de dia. Abençoadas sejam essas criaturas que enchem o mundo com seus
dadivosos carinhos.
A poesia como o espírito, sopra onde quer. Tenha
a registrar o recebimento da antologia de poetas de Brasília, organizada por
Joanyr de Oliveira, comovido não posso deixar de registrar o recebimento do
livro do grande poeta Mauro Valle, de Campos do Jordão e de outros vales do
Paraíba. Sobre o signo da montanha transfigurada, a Pedra do Baú entre Campos
do Jordão e São Bento do Sapucaí.
Seu livro A Confraria dos Signos, que não
foi devidamente louvado e divulgado.
Meu amigo e camarada Mauro Valle, agora residindo
em Taubaté com esse livro, que apresenta talentosa novidade.
Ele fez, do palco giratório, a poesia se torna
uma peça de teatro.
Da nossa Academia de Letras de Campos do Jordão,
academia essa que vai se tornando uma casa de cultura, a qual sempre desejamos
na Montanha.
Baila na minha frente as
trovas de Cidoca numa ciranda.
Não sei porque esqueceram a poetisa Iracema
Abrantes, no seu belo livro de poemas Cantar Campos do Jordão e Outros
Cantares.
Essa academia bem presidida pelo destacado
advogado e escritor Pedro Paulo Filho, tendo como vice-presidente esse
desvairado Poeirama.
Aqui encerramos. Pausa que refresca. O resto é
silêncio.
Até o próximo mês com os meus recados literários.
Valor é valor. Talento é talento.
Há escritores e poetisas que não pedem licença a
ninguém.
Apenas querem ser lidos e merecidos.
Paulo Dantas é escritor, crítico literário e vice-presidente da
Academia de Letras de Campos do Jordão.